terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Recuperando isso, de novo...

 ... e veremos por quanto tempo, e pra que, mas vamos lá.

Já perdi as contas de quantas vezes comecei e parei isso, ou pensei em retomar isso, mas por não me identificar exatamente com o papel e a caneta ultimamente, vai por aqui mesmo, vai que.

Mais uma vez, mais uma reviravolta.

E, como dizem por cá, já não vou para nova para andar nestas andanças.

Desta vez:

- me vejo às voltas com a tradução de um livro, por iniciativa absolutamente própria; 

- entreguei 3 aulas para a formação de um curso de gerenciamento de facilities de sistemas de segurança contra incêndios para a Carla no Brasil; 

- estou a fazer um curso de edição de livros online; 

- outro de gestão de recursos humanos; 

- pretendo fazer um de marketing de pequenas e médias empresas que já está pago; 

- na segunda vou à Lisboa encontrar a Jucas e a Carla para formalizar em notário a Associação Borderline Portugal para o qual serei tesoureira;

- tomaremos posse dia 22 de janeiro e aprovaremos o regulamento interno que estou a redigir;

- amanhã pretendo fazer outro ensaio com a Lau;

- tenho voltado a desenhar e pintar;

- tenho feito bastantes manipulações de fotos em photoshop e aprendido a trabalhar mlehor isso dentro do que gosto de fazer.

Sim, acho que tenho "brincado" com bastantes coisas ao mesmo tempo, mas é assim que eu gosto. E assim seguimos. Até o próximo registo.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

E quando não é culpa de ninguém?

Há muito venho pensando em ressucitar este blog, e não tenho certeza se é o caso agora, ou apenas um reflexo passageiro, mas enfim...

Muito tenho "sofrido" ao longo deste ano para escrever uma monografia para o meu fadado MBA, simplesmente não sai. São horas a fio em frente a uma página que volta a se fechar em branco e este processo tolo é, no mínimo, exaustivo. E pior, uma exaustão sem produto.

Ontem tive um "insight" de que, talvez, antes da monografia eu precise botar pra fora um texto que insiste em me rondar, mas que é um tanto indigesto, pessoal demais, sofrido demais. E cá estou.

Antes de mais, não espero propriamente nenhuma reação de quem se aventurar a lê-lo, é um texto meu que torno público pela praticidade do resgate, para mim ou para outros. E porque o "vai que ajude alguém?" é sempre uma opção válida.

Espero que este texto traga algum tipo de fechamento. E talvez seja só o que eu preciso para seguir em frente de uma vez por todas.

Vamos a isto! (Respira)

Há um ano e meio sofri um aborto antes mesmo de saber-me grávida e esta ainda tem sido uma perda difícil. O bebê já tinha tempo o suficiente para eu saber, mas o fato de estar usando anticoncepcional e de ter emendado um mês ao outro mascararam qualquer desconfiança. Pra completar, a hemorragia surgiu quando deveria vir o período. Para mim, no início, isto significou que era só mais um período com cólicas intensas, e só.

Estava iniciando um novo emprego, não tinha nem um mês de casa, faltar por cólica nesta altura, para mim, era um atestado muito evidente da fragilidade feminina. Mas no primeiro dia eu faltei. E martirizei-me do quão fraca eu era por isto.

No segundo dia, "dopada" de remédio e com o orgulho ferido, eu fui. Os remédios mascaravam a dor, o fato de ninguém me conhecer direito, mascarava o esforço que eu estava a fazer para estar ali.

À noite, não consegui dormi de dor, vomitando e com o que hoje eu identifico como o início efetivo do processo de aborto. Mas na hora, mesmo tendo a noção de que tinha algo errado, não admitia a possibilidade disto poder estar acontecendo comigo e não admitia estar acontecendo naquele momento. Eu tinha acabado de entrar na empresa! E não era como se um período doloroso fosse novidade para mim.

No terceiro dia, novamente "dopada", eu fui trabalhar. Em menos de meia hora no escritório, o "processo" finalmente terminou. A ficha caiu. Não tinha muito mais como negar. O comprometimento com a nova empresa, não. Eu não podia me expor deste jeito. Mesmo porque, não havia mais o que fazer, já estava tudo acabado. Continuei a trabalhar, como se nada tivesse acontecido.

No final do dia, fui para a maternidade mais perto de casa, sozinha. Não atendiam gravidez não confirmada. Indicaram onde eu poderia ser atendida. De volta à rua, a fraqueza resolveu me abater. Era difícil manter-me em pé. Parei um taxi e indiquei o destino. Lembro de flashes, não sei se desmaiei no caminho. Foram mais de três horas até que eu fosse atendida. Tal como eu repeti para mim mesma durante todo o dia: "não havia mais o que fazer, então não tinha pressa". Depois de atendida, mais três horas para os resultados dos exames confirmarem o que eu já sabia.

Naquele momento a dor física já tinha passado, mas estar tanto tempo numa maternidade quando você acaba de perder um filho é doloroso o suficiente. Mesmo que eu nunca tivesse pintado o quadro de ter um filho até o momento de perdê-lo, ver todas aquelas barrigas só me esfregavam na cara que eu não tinha conseguido.

No dia seguinte, claro, voltei a trabalhar, mesmo tendo ficado até às três da manhã no hospital, não havia justificativa para sequer chegar mais tarde, na minha opinião. Embora a médica que me atendeu sugerisse, eu rejeitei o atestado. O pior já tinha passado.

A orientação era voltar na quarta-feira seguinte, uma quarta-feira de cinzas. Eu faria uma bateria de exames e conforme fosse ficaria internada para curetagem. E assim foi.

A curetagem foi um processo supersimples. Depois do procedimento, eu continuei a conversa que estava tendo com o anestesista antes do procedimento do mesmo ponto, como se nada tivesse acontecido, e ainda soltei: "então, vai demorar muito pra começar?" para risada geral e um: "Não, querida, já acabou, você já vai ser levada a sala de observação".

Ooops!

Fiquei quatro horas nesta sala. Uma tortura, pra mim. Uma sala com umas 20 macas de gente gemendo, 4 enfermeiras, 1 médica e nenhuma informação. Nem sim, nem não, nem talvez. Só a espera, o cheiro, os sons. Nunca me conformo como hospitais podem ser tão barulhentos. E barulho me irrita, muito. Quando estou doente então, tanto pior.

Mas passou! Uma noite no hospital, uma semana de licença. Parecia muito. A semana não passava, queria voltar a trabalhar. Não achava que precisava tanto.

Tanta preocupação com o trabalho não me deixava efetivamente aceitar que eu tinha sim sofrido uma perda, e que ela deveria ser sentida. O luto era merecido. Fato é que eu não sabia o que eu deveria sentir. Se tanta coisa vem sem manual de instrução, esta era uma coisa que além de não ter manual de instrução ainda é um tabu, ninguém fala, ninguém sabe, ninguém viu. E eu não sabia, nem tinha como saber. Então preferia ignorar, virar a página de uma vez e lidar com o que eu sabia de verdade: trabalhar.

Voltei a trabalhar, voltei às aulas, a vida voltou aos eixos e eu tentei esquecer.

Na volta ao trabalho, verdade ou não, eu tinha o fantasma da impressão de que me condenavam pela minha ausência, de que eu era menos profissional por isto.

Mais de um mês depois a sensação de perda voltou como deveria ser. Mas como sentir a perda de algo que eu nem cheguei a conhecer? Repetia para mim mesma que o fato de eu não saber que estava grávida deveria diminuir a dor da perda. Este mantra acalentou-me por um tempo.

Só eu não sabia que não é assim que as coisas funcionam.

O trabalho em que eu estava não deu certo de diversas maneiras. Recentemente, pedi demissão. Resolvi lutar pelo meu sonho, colocar a vida nos eixos. O medo de engravidar novamente entre empregos me trouxe um pavor. Comecei a sonhar com tudo isto que acabei de escrever. Repetidamente.

Com o medo veio a culpa. Será mesmo que não é culpa minha? Será que eu fiz algo que me levou ao aborto? Vejo e revejo aqueles dias e embora saiba que não tive o melhor comportamento, colocando um emprego acima da minha saúde, não sei se faria algo diferente se a fita da minha vida voltasse àquele ponto. Eu não tinha razões para acreditar que eu estava grávida. Eu não tinha porque achar que ir ao hospital poderia fazer diferença, até o momento em que realmente já não fazia. Enfim.

Eu tento eximir-me da culpa. O problema é que normalmente precisamos de um culpado para tudo de errado que acontece. Não é minha culpa, então de quem?

Pois é, não é culpa de ninguém. Como boa parte de muitos outros que acontecem por aí e que ninguém sabe, ninguém diz. Este sofrimento é meu, mas a culpa não é de ninguém. Ficar procurando culpados só torna o processo mais dolorido, mesmo quando os culpados existem.

E quando não é culpa de ninguém? Assumir a perda, chorar pelo luto, aceitar como parte de quem eu sou, sem fazer da perda o meu espelho, apenas um degrau, como tantos outros que eu já subi em direção ao quem eu quero ser. Lembrar ou esquecer vai ser como todas as outras memórias da minha vida. E como depois do nascimento de cada uma das outras memórias, só me resta seguir em frente. E reconstruir o meu caminho.

sábado, 3 de outubro de 2009

Uma rufada de ar fresco!!!

Estou cansada, exausta na verdade... mas tão satisfeita!!!

Eu que esperava que a mudança de escritório fosse uma "seca", que só serviria para me atrasar o trabalho no escritório, que já está acumulado... recebi o novo escritório como uma rufada de ar fresco!!! Foi tão bom chegar ali! É longe, mas acho que a mudança vai trazer um novo começo para mim!!! Como sempre traz!!! Não é à toa que ADORO me mudar... rsrsrs

Sim, fazendo as contas é minha oitava mudança em Portugal... desta vez a mudança foi da morada comercial, mas é uma mudança e tanto para quem começou a trabalhar há apenas 2 meses!!

Que venha a nova fase!!!

Cheia de novos desafios, novos projetos, novas conquistas e a cada dia novos aprendizados!!!

(e se vier algum retorno financeiro na boleia, seria bem vindo!!!)

Dedinhos cruzados,

A mesma de sempre, Mai ;)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A Lista do Tarantino

Saiu na Revista Monet:

Tarantino lista seus filmes preferidos dos últimos 17 anos

Ter, 18/08/09 por monet | categoria Cinema, Curiosidades | tags , , ,

Quentin Tarantino - foto/divulgaçãoQuentin Tarantino foi desafiado pelo canal Sky Movies a fazer uma lista dos seus 20 filmes preferidos desde 1992, que, não por um mero acaso, é o ano em que ele estreou com o elogiado Cães de Aluguel.

Entre os títulos escolhidos pelo diretor norte-americano, os destaques vão para produções orientais e as comédias. Ele não citou nenhum longa feito após 2006 e fez questão de afirmar que o seu favorito é Battle Royale, de Kinji Fukasaku.

Confira a seleção:

Battle Royale (2000)
Igual a Tudo na Vida (2003)
Audition (1999)
The Blade - A Lenda (1995)
Boogie Nights - Prazer Sem Limites (1997)
Jovens, Loucos e Rebeldes (1993)
Dogville (2003)
Clube da Luta (1999)
Sexta-Feira em Apuros (1995)
O Hospedeiro (2006)
O Informante (1999)
Zona de Risco (2000)
Encontros e Desencontros (2003)
Matrix (1999)
Memórias de um Assassino (2003)
Todo Mundo Quase Morto (2004)
Velocidade Máxima (1994)
Supercop, a Fúria do Relâmpago (1992)
Team America: Detonando o Mundo (2004)
Corpo Fechado (2000)

Dos que eu lembro, 9 eu gostei muuuuuuito também (alguma dúvida de que tenho uma mente bizarra também? se bem que ele até tem uns filmezinhos meio "normais" demais), mas muitos eu não associo agora o nome ao filme e no momento estou podre demais para procurar saber...

fica o post para eu comentar mais logo...

e fica já um observação especial sobre o Audition, "típico o Tarantino faria mas mais sério" e haja ESTÔMAGO! Foi o filme mais impactante que eu já vi e GOSTEI... um filme a la Oldboy que eu recomendo (e continuo recomendando e assistindo) e fico com medo de me acharem bizarra/psicótica além da conta, mas que é BOM, fazer o que?!...

cinema é isso, é arte, não precisa concordar com a ideia retratada; precisa se convencer que a ideia é real e pode ter acontecido em algum plano real ou fictício, mas é coerente na sua concepção. E Audition tem isso!!!

Pronto! Falei!!! rsrs

Sempre Mai ;)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Nova rotina!

Mais sumiços... muita coisa na cabeça e algum cansaço a mais... ando meio fora de forma (em vários sentidos, a balança já me aponta o dedinho também), mas finalmente encontro alguma satisfação no dia a dia, na rotina... e quem foi que disse que cansaço é ruim??? Eu gosto MUITO da sensação de cansaço que acompanha um dia cheio e a certeza de outro igual ou pior amanhã... só preciso ainda entrar no ritmo ideal, naquele ritmo básico Mai que "faz mil coisas ao mesmo tempo", plenamente... eu sempre me sinto inútil com menos que isso!!!
Tenho certeza que com a nova rotina que se avizinha esta Maira volta para mim de vez e o blog vai acabar a ganhar com isso também, por incrível que pareça para quem não me conhece assim tão bem... isso porque sou daquelas pessoas que quanto mais faz, mais faz... será justamente quando eu estiver trabalhando a pleno gás, fazendo cursos disso e daquilo, sem deixar meus grupos e estudos de lado que este blog vai tomar a forma que merece, engrenar de vez...

Afinal:
"Eu disse uma vez que escrever é maldição. (...) Hoje repito: é uma maldição, mas uma maldição que salva.(...) É maldição porque obriga e arrasta como um vício penoso do qual é quase impossível se livrar, pois nada o substitui. E é uma salvação. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva (...) é procurar entender, é reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador (...) é abençoar uma vida que não foi abençoada". (Clarice Lispector)

Quem sou eu para discordar... ;P

Sempre Mai ;)

(Acho que é por isso que sempre tenho a cabeça martelando de textos que não chegam até aqui e mesmo assim não tenho coragem de sequer pensar em desativar este espaço)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Gramática Portuguesa

Não tem jeito, eu cada dia aprendo um termo novo por aqui...

Um verbo novo que ouço há tempos, mas que só recentemente realmente aprendi o que significa (e entendi realmente a palavra) foi amealhar (eu cismava que era mealhar) que significa juntar dinheiro, fazer economia... vem de mealha que eram as primeiras moedas. Foi justamente assim que aprendi de vez o significado da palavra, fui a um museu (o do Castelo de São Jorge em Lisboa) onde tinham umas mealhas em exposição... e de repente, tudo ficou claro!!! hahahahaha embora ainda com um "errinho" ortográfico... depois vendo um programa de perguntas e respostas é que o apresentador utilizou o verbo e percebi a presença do "a" que confirmei com o Ric para ter certeza de vez.

Logo em seguida a esta constatação uma situação pelo menos risível.

O programa é uma versão do O Jogador da Record, se não me engano. Aparece uma pergunta, a palavra XXX é:
a) grave
b) aguda
c) esdrúxula

Juro, comecei a rir, imaginei que a tal classificação era algo que não tínhamos no Brasil, mas achei esdrúxula a utilização do termo esdrúxula como opção, achando que era recurso à falta de uma terceira opção.

Com a minha reação tão intensa e o Ricardo tão impávido a sugerir a resposta nem pude acreditar quando perguntei: "Mas esdrúxula é mesmo a sério??"

Era!!!

Qual não foi a minha surpresa!!!

Fica o regist(r)o:
- aguda é a nossa oxítona
- grave é paroxítona
- esdrúxula é proparoxítona

Vivendo e aprendendo todo dia!

Afinal, sempre Mai ;)

sábado, 4 de julho de 2009

Jogos de Cartas Marcadas

Esta semana um fato tem martelado a minha cabeça negativamente: Como é ruim jogar com cartas marcadas quando você está fora do grupo combinado!!!

Eu tenho certo de que Brasil e Portugal, como entidades, têm mesmo a mesma índole! DNA's diferentes, mas o mesmo cerne, por assim dizer... e como tal, algumas coisas no Brasil foram adquiridas e pioradas, outras, por incrível que pareça suavizadas!

Quando se diz no Brasil que as pessoas precisam de altos QI's para se colocarem no mercado de trabalho e se estabelecerem bem, aqui em Portugal é muito, muito pior!!!

Veja a questão dos concursos públicos por exemplo!

Questiona-se a validade dos concursos no Brasil, mas é possível, conhecer pessoas que entram em vagas sem necessariamente dependerem de "batotas", como se diz por aqui. A FUVEST mesmo é um alvo fácil de críticas que questionam que só entram na USP quem tem os pauzinhos mexidos e eu sou prova real de que isso não é de todo verdade. Não sei se é verdade de alguma forma, se tem alguém que tenha entrado por QI e não por mérito, mas SEI que É POSSÍVEL entrar por mérito, é difícil, custa muita dedicação, mas é possível, eu consegui, meu irmão conseguiu e nem de longe temos cacife para qualquer tipo de negociação de vagas onde quer que seja que não por mérito próprio.

Mas aqui... aqui o buraco é muuuuuuuuito mais embaixo. Primeiro que o concurso público para emprego "transparente" só se tornou obrigatório no começo do ano, antes era possível mesmo a existência de pessoas a prestarem serviços para órgãos públicos, como se fossem serviços urgentes, que não poderiam proceder ao processo de selecção, por mais de anos!!! quer dizer... Quando decidia realmente empregar alguém, até o ano passado, cada entidade escolhia seu método de seleção e no fim divulgava-se o resultado e pronto.

Agora está mais transparente, os métodos e pesos vêm previamente definidos no edital do concurso e os candidatos devem ser comunicados de todas as fases do processo e do seu desempenho, com aceitação/rejeição, a cada fase. Mas está longe, muito longe de ser um processo "honesto".

Com a minha dificuldade de arrumar emprego e agora casada e com a mudança dos métodos de seleção, tenho apelado sem dó para todos os concursos que aparecem, na esperança de conseguir alguma coisa pelo mérito e não somente por ser ou não brasileira e coisas do gênero e estava até bem animada com esta perspectiva, pois gosto da ideia da multidisciplinaridade dos empregos governamentais.

No entanto, esta semana me deparei com a verdade nua e crua escrita em papel. Recebi a resposta de uma prova de conhecimentos para um destes concursos com 3 vagas disponíveis e pontuação de 0-20. Os 3 primeiros colocados tinham nota acima de 19, todos os demais, eu inclusive (claro) com notas abaixo de 10!!!

Alguma dúvida do que ocorreu aqui???

Eu não tenho!

Eu não gosto de estar do lado das cartas marcadas, não gosto da falta de mérito deste tipo de conquista, mas num mundo onde só existem dois lados, definitivamente estou cansada de estar do lado de lá!!!

Parece mesmo que só venho aqui lamentar... não é bem a intenção do blog, mas acaba sendo este tipo de assunto que me puxa a escrever com aquela urgência que não deixa cair o tópico em esquecimento!

Bom, vou suavizar para o próximo!

Aliás, o tempo já está menos tímido por cá, mas definitivamente não teremos primavera este ano, o outono foi que se repetiu!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sol? Nem por isso...

Pois é... parece que falei cedo demais, uma semana depois do último post o tempo virou de novo e se "acabrunhou"... mas também não chega a estar frio, só aquele tempinho sem vergonha que pode chover a qualquer hora, que se sair de top sente frio, se colocar uma blusa sente calor, que o sol fica brincando de esconde-esconde com as nuvens... um tempo matreiro este!!! hahaha

Mas se este tempinho nos tira a oportunidade de curtir o feriado duplo na praia, ao menos nos dá a deixa que o tempo bom continua à espreita, um pouco envergonhado por ver as pessoas tão desejosas de sua chegada, mas rondando o terreno, se "achegando"... quando todo mundo menos esperar estará ele instalado no meio de nós e com força e ânimo total, daquele tanto que quase nos arrependemos de desejar com tamanho fervor a sua presença e tentamos pedir que ele se contenha um pouco... com jeito, para que ele não vá embora também!

Eu particularmente acho que vai ser bem assim... em 2006 foi assim para mim... eu desejei tanto o verão depois de dois invernos seguidos que quando ele chegou reclamei que exagerou na dose.

Desta vez, peço pelo verão não pelo acúmulo de invernos... e tampouco o inverno foi assim tão rigoroso quanto poderia, mas o último verão foi tão fraquinho e "ventoso" ao ponto de ser desagradável estar na praia, que sim! Espero muito que as "ordens do Universo" encontrem o meio termo para o clima por aqui entre meu verão de 2006 e o de 2008... algo parecido com o de 2007 era de bom tamanho.

E se o Sol resolvesse se misturar aos pobres mortais já logo seria bom também!

domingo, 31 de maio de 2009

Finalmente Sol...

... ou ao menos espero que sim!

O Inverno este ano (2008/2009) foi menos rigoroso, em compensação a Primavera disse que veio e estamos quase à beira do Verão e os dias andavam ainda mau-humorados, ou frio, ou chuvoso, ou nublado, nada muito primaveril...

Sim, isso afeta-nos o humor, também é difícil sermos "primaveris" quando o tempo não colabora por mais de 9 meses, nem Perséfone sustenta sua permanência no Inferno por tanto tempo, os 3 meses da Primavera são sagrados, a alegria de Ceres e da Natureza... enfim!

Esta semana o Sol resolveu dar as caras. De repente, de uma vez... num dia o mau-humor, no seguinte uma explosão de calor... sim, é choque a mais do que gostaria, falta-nos ainda o "cheiro" da Primavera.

Mas sabe de uma coisa, sempre melhor assim... sentir o sol no rosto, fazer a fotossíntese como se deve, faz bem para o ego, para a pso e sintetiza energias para colocar as coisas andar... não importa que coisas sejam estas, nem para onde ao certo... desde que sempre em frente! Desde que o Sol sustente-se para a minha fotossíntese!

E se puder ter ainda um bocado de Primavera... Ainda vai a tempo!!! Seria ainda melhor!!!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Peças da Mente 2

Numa destas peças da minha mente, mais uma queda a caminho, mais feia que o normal... dolorida! Nada de grave, mas chata, inconveniente e por enquanto feia, muito feia!!!

Por Deus tive o senso de conseguir virar o rosto para um lado e para baixo, não fosse isso, nariz e queixo tinham causado estrago maior.

Não sei como aconteceu, lembro do ato de cair, do momento preciso de "escolher" onde iria me machucar, do desespero de achar que tinha calculado mal, que tinha me quebrado toda desta vez, mas não lembro dos minutos anteriores... saí do carro, lembro... depois só a queda em si, já uns 100m além... acho que nunca gritei e me apavorei tanto... foi uma sensação estranha, que junto com as marteladas que ainda sinto na cabeça, muito mais do que o olho em si, continuam a me incomodar...

Agora, só quero que isso passe!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Peças da Mente

Tenho me visto sempre com a mente a me pregar peças, das mais variadas intensidades e com todo o tipo de senso de humor, das mais sarcásticas às mais sem-graça e até me prega peças no quesito "ah! deixa eu parar de enrolar e postar alguma coisa no blog que ideia eu sei que não falta". Reparem nas datas dos 3 últimos posts, um mês menos um dia é requisito agora??? hahaha
O pior é que sempre um susto quando eu vejo que já faz quase um mês que não posto, tenho tantas ideias e tanta certeza de que postei, escrevi em algum lado, mas pelo jeito parecem que sempre vêm fora de hora!!!
E é justamente esse o intuito do post, as peças mais frequentes que minha mente tem me pregado são justamente estas, ter ideias que no espaço de tempo mínimo entre o pensar e o realizar "fogem" e das duas uma: ou eu tenho certeza que realizei passados alguns minutos ou eu esqueço completamente da ideia até que ela apareça em um momento mais impróprio que o anterior para ser esquecida num ciclo eterno até perder a razão de ser.
Quando eu digo "espaço de tempo mínimo" podem ser mesmo algumas horas quando estou mesmo impossibilitada de concretizar a ideia no momento ou podem ser segundos, como o tempo de ir da sala ao computador ou tempos tão mínimos quanto isso.
Sabe aquela mania que muita gente tem de achar que está sempre esquecendo de algo? Imagine estar realmente esquecendo algo, o tempo todo, saber disso e ainda ter a sensação de que o "esquecer algo" inclui não só as tais ideias, a chave, o celular, a carteira, mas também o conhecimento adquirido, o tempo...
A pior sensação destas peças que a mente tem me pregado é a do vazio, a sensação de que esqueci tanto que já não sei sequer o que sei ou o que fiz do meu dia até agora, a sensação de inutilidade e ignorância.

Logo eu!

O que tem me valido é que no estímulo parece que as coisas ressurgem, aos trancos, meio incertas, mas ressurgem...

Fica o medo de algo importante se esconder para além dos estímulos possíveis, de algo se esconder em alguma entranha inacessível e por lá resolver ficar!

Mas pelos vistos ser Mai é também ser assim...
Sempre, sempre Mai ;)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Agora SIM!!!

Ainda meio perdida, meio deslocada em casa, com a cabeça e as coisas um bocado lentas, mas engrenando... aos poucos e sempre mais!!!

Desta vez vim só exprimir minha felicidade de finalmente estar a contactar os meus de maneira mais adequada... um dia eu chego às condições ideais, mas já é um grande passo...

Mesmo com um novo sumiço por aqui, sinto-me novamente replugada de verdade e colocar isso à tona de novo é só mais algum tempinho a engrenar...

O melhor de tudo é que meus contatos mais recentes (fora o povo de casa) foram justamente as pessoas mais difíceis de se imaginar, aquelas que só agora tem computador, ou net, ou que nunca param tempo suficiente na frente do computador, enfim... aquelas pessoas que o coração tinha aprendido que não adiantava procurar pela net que não ia achar e o remédio era lembrar para acalentar as saudades... e com certeza isso dá um gostinho TODO ESPECIAL em falar com estas pessoas em tempo real, a viva voz, por cam, whatever! É muito bom!!!

Fora que fica a sensação gostosa de que se falo com "os impossíveis" falar com os demais é um pulo, nem precisa ser muito alto!! hahaha

É isso! Um mês depois da última sessão de abandono, bem vindos ao mundo paralelo de Mai ;)

Por que é sempre, sempre Mai ;)

sábado, 7 de março de 2009

E mais uma vez, desplugada e replugada...

No último post, meu irmão em comentário chamou à atenção se o próprio blog já não era uma conexão minha com o mundo... seria, se eu não ficasse tanto tempo longe dele, o suficiente para mais uma vez me sentir desplugada e mais uma vez tentar me replugar...

Aproveito esse próprio início de texto para ressaltar, meu IRMÃO precisou me falar isso por um comentário no blog, imaginem o resto dos meus amados como não estão com o contacto dificultado comigo...

Bom, de lá pra cá muita coisa aconteceu, inclusive mais uma mudança de casa junto com a maior de todas as mudanças: a de estado civil!!!

Tudo muito novo, tudo muito recente e ainda tudo muito restrito... boa parte das pessoas ainda nem sabem de tal novidade, não por nada, simplesmente porque foi uma decisão em que o coração foi guiado pela cabeça e como tal, preferi agir como há 3 anos quando decidi vir prá cá: só divulgar as ações quando o resultado é inevitável e imutável e certo!!!

Foi um escudo que criei para mim, nem sei bem porque, mas tem dado certo e vou manter esta política para os assuntos pertinentes...

Sinto falta da expectativa que poderia ter criado com toda a pompa do casório?? sim, e por isso ainda não desisti da idéia de comemorar tal como deve ser em breve, mas aí já vai ser para socializar uma união que já deu certo e nem por isso há de ser menos gratificante e realizador...

Para já, segui a máxima de que as coisas não podem resultar diferente se as atitudes são as mesmas. Se esperar as coisas melhorarem para casar estava moroso demais, casamos e então com todas as forças unidas e focadas numa só direção as coisas hão de melhorar e a comemoração vai ser ainda melhor!!!

Quanto ao blog, bem, agora sim a net é totalmente à prova de qualquer instabilidade e assim que eu organizar minha nova vida decerto que conseguirei dar mais vida a este espaço... e se de quebra eu conseguir retomar meus contatos e minha vida profissional e social tal como deve ser, aí sim saberei que estou replugada e com força total novamente!!!

Como sempre, sempre Mai ;)

sábado, 31 de janeiro de 2009

Desplugada e Replugada...

Tempos atrás, li uma matéria da Galileu sobre a experiência de uma jornalista convidada a passar um mês desplugada da net, do celular e de qualquer coisa que remeta à existência destes. Ou seja, mais que o desafio de ela não utilizar internet e celular, ela deveria ignorar totalmente a existência de internet e celular, por um mês ela só contata as pessoas por carta, telefone fixo (dela E do interlocutor) ou pessoalmente. À primeira vista não parece algo tão complicado, afinal estas são invenções que há 15 anos atrás mal existiam, mas daí ela chama à atenção de que o resto do mundo, quando falasse com ela pelo menos, deveria esquecer a existência de internet e celular e o mundo definitivamente não está preparado para isto.

Enquanto eu lia a reportagem, pela net, eu percebia que guardadas as proporções, nos últimos tempos também eu ando um bocado desplugada do mundo real e compartilhei de suas sensações e conclusôes.

Explico:
1. passo boa parte do meu tempo em casa, onde as paredes medievais (ou quase) de 1 metro de pedra, destroem qualquer sinal de celular, ou seja, se eu estiver em casa, você só me alcança pelo telefone fixo;
2. como meu celular fica eternamente buscando rede, as chances de que quando eu saia de casa ele esteja sem bateria crescem exponencialmente;
3. as mesmas paredes descomunais barram também o sinal da net wireless que eu deveria receber do restante da casa, ou seja, minha net anda num drama eterno e constante: é totalmente inconstante!!!
Para apanhar sinal só num cantinho assim, se eu não me mexer muito e às vezes, nem isto!!! É por isto minha dificuldade ultimamente em responder aos contatos... eu abro as páginas, torço para que carreguem e assim posso ler mesmo que a net caia, daí a responder são outros 500!!! acabo perdendo a paciência quase sempre, ou pior, achando que a mensagem foi e não foi!
E o msn nesta história??? se eu ligo o msn, eu caio toda hora, deixando as pessoas a falar sozinhas e no fim de tanto o msn forçar a rede para se manter, acaba é derrubando a net de vez e aí para conectar de novo é um suplício... e se eu não sair de vez, fica ligando e desligando sem que eu nunca saiba quando estou on ou off direito. Tem sido assim no último ano, por isso acabei por desistir do msn, nem ligo, não tenho contatos imediatos, mas também não passo por mal-educada e desagradável à toa... rsrsrs...

Infelizmente isso tudo tem um custo: neste meu modo quase desplugada, perdi o contato com o mundo, mesmo que sem intenção, deixei algumas pessoas por responder e tal como a jornalista da reportagem, aos poucos fui me sentindo também "esquecida"... não, não, não é culpa de ninguém e sei que não é bem verdade, mas é perfeitamente natural que as pessoas, nesses dias tão corridos de sempre, dêem prioridade a entrar em contato com pessoas que entram em contato de volta, ou ao menos respondem. Considerando que a grande parte dos meus contatos está a muuuuuuuitos quilômetros de mim e que nos encontrarmos pessoalmente é um evento pelo menos raro, as coisas são ainda mais gravosas... o ostracismo parece ainda mais intenso!

Quem não se comunica, se trumbica!!! como já dizia o velho chacrinha quando eu ainda nem sabia direito o que era ser gente... me dei conta que também eu tenho feito esta "seleção" natural... me dei conta que não é só comigo!!!

Aí veio o meu niver... claro que sei que boa parte dos que me parabenizaram foram "lembrados" pelo orkut, não poderia ser diferente... mas foi bom receber tantas mensagens e felicitações, comprovar que eu não estava esquecida, me senti replugada... ainda estou com a net em crise, não sei quando vou conseguir resolver isto... mas diminuiu minha sensação de isolamento do mundo...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Em 2008 (ou aos 28, como queira), eu:

- tive um olho roxo;
- ganhei um furinho na bochecha;
- me inscrevi em vários grupos online de discussão sobre engenharia e também sobre segurança no trabalho e os acompanho diariamente, embora ainda não intervenha;
- terminei e defendi minha dissertação de mestrado;
- dei aulas sobre o assunto;
- fiquei mais tempo sem música, quando em casa sozinha;
- quase não ouvi Chico (???!!!);
- mesmo assim conheci novas vozes;
- fui morar "sozinha";
- quase não cozinhei de verdade, desde que vim pra Portugal;
- mesmo assim, fiz algumas descobertas interessantes na cozinha;
- estudei sobre a escravidão contemporânea;
- consegui a formatação "perfeita" de um texto longo;
- quase não escrevi à mão;
- assisti a mais de 1 filme brasileiro por mês, na média final;
- assisti a quase um filme por dia;
- fiz as pazes com o cinema francês para além de Amélie Poulain, eu acho;
- finalmente assisti o Laranja Mecânica, acho que era a minha maior falha em relação aos clássicos;
- não tomei conhecimento que existiu "Carnaval";
- passei a Páscoa quase em "branco";
- não vi o "Corpus Christi" passar;
- aliás, não vi quase nenhuma data em especial passar, quase sempre mal sabia em que dia estava;
- passei frio no verão;
- assisti a quase tudo o que me interessava nas Olimpíadas;
- estive sem trabalhar nem estudar;
- quase não fiz novos amigos;
- quase não cuidei dos antigos;
- meu msn esteve quase sempre desligado, mesmo porque não funcionava, e ainda anda mal das pernas, a dizer a verdade;
- deixei para responder alguns e-mails depois, normalmente eu respondo a todos logo que os recebo;
- ajudei na tradução de uma série;
- viajei mais de 5 vezes para Lisboa, aliás viajei mais para LX que para o Porto, sempre a trabalho ou por trabalho;
- participei de dinâmica de grupo;
- não fui a nenhum concerto, espetáculo, show, teatro, ou qualquer outra coisa que precisasse de bilhetes comprados com antecedência;
- aliei o grafite à tecnologia para fazer um "presente" para uma amiga mais que especial;
- fui à Conímbriga, Oeiras e Estoril;
- cortei o cabelo curto, gostei, e penso em mantê-lo assim;
- passei por temperatura negativa;
- só fui uma vez ao Irish;
- não fui a nenhuma danceteria, Bigorna não conta;
(- é, andei beeem anti pro meu normal, nem por nada...)
- tive as unhas quase sempre muito curtas;
- usei unhas postiças;
- não perdi nenhum arquivo importante;
- não fui parar no hospital para além de consultas de rotina;
- aliás, não CAÍ (!!!?);
- "comprei" sapato sem salto;
- dormi cedo E acordei cedo por quase um mês, e sem música;
- passei mais de 1 mês "lendo" o mesmo livro, na verdade, mais de 4, verdade mesmo, ainda não terminei;
- passei o Natal em família, mas não a minha original;
- ganhei peça para o "enxoval", e levei a sério;
- passei a Ano Novo em local fechado;
- acabei por não fazer nenhum dos rituais habituais de virada de ano: nem organização do quarto, nem lentilha, nem ondinha, nem nada... não que eu dê grande importância a isto...
- e já que o post atrasou, vi neve, bem fraquinha a sem-vergonha, mas deu pra sentir cosquinha no nariz pela queda dos floquinhos... rsrs

Por incrível que possa parecer, tudo isto aconteceu pela primeira vez para mim em 2008. Ao menos, conscientemente (na fase adulta ou pós-Portugal, conforme o caso).

Welcome 2009!!!

Este post, ou melhor, o post que vem a seguir, era para ter aparecido por mais perto da virada do ano, mas a minha net não deixou... aproveitando que parece que ela resolveu colaborar um bocado hoje e que posso me dar ao luxo de dizer que, por mais que eu queira me ver livre de 2008, até dia 20 de janeiro é apenas uma extensão do ano anterior, então lá vai...

Welcome 2009!!!

Este post, ou melhor, o post que vem a seguir, era para ter aparecido por mais perto da virada do ano, mas a

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Feliz Natal para TODOS!!!

Passando só para desejar que todos tenham tido um Feliz Natal, independente de cor, credo ou religião que a época sirva para nos prepararmos para o ano que chega...

e é por isto mesmo (e porque minha net anda como ninguém merece) que o blog anda um pouco mais abandonado, tenho aproveitado para tentar arrumar/organizar a casa, o computador e a cabeça para estar tinindo na virada do ano, mas pode deixar que logo volto com mais coisitas...

Beijinhos,
Sempre Mai ;)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Situações Bizarras Comuns

- Saí de casa às 6:30h da manhã, breu total ainda, o carro com gelo em toda superfície, o termômetro marcando - 0ºC, bom tempo para transferências bancárias, não? o consolo é que o caixa fica dentro do banco e então a realidade... uma conta só pode ser acessada pelo caixa exterior, coragem!!! brrrr... a outra só pelo outro guichê, o de dentro, faminto ele me come o cartão... ops! cartão errado, ainda bem... é, este dia vai longe!
- De volta pro frio, acho que não peguei roupa suficiente, estou batendo dentes, algumas horas mais tarde e já estão 15ºC, agora as roupas e a mala retratam o exagero de carregar isto pra cima e pra baixo, me senti numa versão gelada dos invernos paulistanos, já não estou acostumada!!!

Corta!

- Toda esta coisa de viagem, frio, luva, hotel e detonei as unhas que tinha feito dois dias antes, adiantada, não tive dúvidas: comprei acetona e esmalte, algodão eu tinha na mala... onde vou fazer isto? esperava ter um banco perto de onde teria a entrevista, para evitar de ter que correr caso me distraia... não, não tem banco... o canteiro da praça vai ter que servir... foquem a cena: eu toda cocotinha, dividindo espaço com as flores enquanto faço as unhas... ainda bem que já desisti de ligar para o que pensam nestas situações. Para completar: volta a chover enquanto passo o esmalte (ou verniz, como dizem por cá), ficou uma bela porcaria, mas de longe disfarçava melhor que o que estava, então pronto!!!

corta de novo!!!

- Exausta!!! Tudo o que quero é ser teletransportada para casa, na impossibilidade vou de comboio mesmo... foi um custo chegar ali com o cansaço, a chuva, o vento... as estações de trem são ridicularmente exposta ao tempo, não tem como fugir, nem de chuva, nem de vento, nem de sol, nada, só se for de fora da plataforma, mania besta esta... o trem chega mais cedo, ufa... quentinho, sossegado, troco os sapatos de cocota pelos furrequinhas e me imagino já em casa...
- Vai prá Belém??
- O quê?
- Vai prá Belém??
- Ah! Sim, este trem passa por Belém...
- Não, vai prá Belém??
- Eu não, saio depois de Belém.
- Mas não é possível que ninguém neste comboio vá para Belém (gritando, como se a culpa fosse minha...)
- Eu não vou para Belém, mas a senhora pode sentar aqui que te digo quando chegarmos... (apontando os lugares à minha volta)
- Mas vai para Belém?
- Não, minha senhora, mas posso te acompanhar quando chegar lá...
Nem me ouviu, virou para a próxima vítima:
- Vai prá Belém??
Diante da negativa foi para a próxima e para a próxima e sumiu pela outra carruagem em busca de viva-alma que descesse em Belém...

Corta!

- Uma hora de espera pelo próximo comboio, só subi para a plataforma faltando 3min, t-r-ê-s l-o-n-g-o-s m-i-n-u-t-o-s, de novo exposta ao tempo, chuva e vento, haja saúde... mal passava das 5;30h, mas já é noite... estes dias curtinhos são de matar, parecem que cansam muito mais do que deveriam... ando de um lado para outro, chega o trem, este não espera:
- Vai pra Santarém? (um ser me esfrega o bilhete na cara)
- Ahn? (Juro, não quis acreditar...)
- Vai prá Santarém? (e dá-lhe bilhete...)
- Hum, sinceramente não sei senhor...
Já me vi no filme anterior... mas este correu melhor, próxima vítima:
- Vai prá Santarém?
-???
- Ele quer saber se este trem vai para Santarém, não soube dizer se pára por lá...
- O comboio pára lá, mas não sei se este bilhete é para este trem...
Deixei os dois prá trás, tá frio demais para ficar bobeando ali... e a mala já estava com um peso dez vezes maior que o inicial...

Quais as probabilidades???... e isto tudo (e muito mais) em 36h...

Sempre, sempre Mai MESMO!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Antigos prazeres

Ultimamente estou escrevendo sobre a escravidão moderna no Brasil (longa história, melhor deixar prá lá) e um livrinho que li há muito, muito tempo atrás me veio à cabeça, ficou martelaaando. Foi quase em outra vida. Uma vida à qual só estou presa pela lembrança e pelas poucas, boas e velhas amizades que conseguiram resistir. Embora às vezes, tanto as lembranças quanto as amizades desta época fiquem um bocado empoeiradas, basta soprar um pouquinho a poeira e ainda surgem: brilhantes e lindas e boas, como todas as coisas que merecem ser guardadas.
E foi assim com este livro também, precisei soprar na memória, mas quando cheguei na parte em que eu deveria escrever sobre o local que os trabalhadores que acabam virando escravos deixam para trás, ele surgiu quase todo de novo. Foi um livro que apesar de triste, gostei muito, muito mesmo, me identifiquei "geneticamente" com o livro. Pois embora, graças a Deus não tenha passado por nenhuma das situações ali descritas, percebi que a vida dos homens ancestrais da minha família em muito lembravam a do menino do livro. Felizmente os meus conseguiram o que queriam, prefiro acreditar que o menino do livro também, em algum tempo além do livro.
O livro é o "Três Caminhos" do Caio Porfírio Carneiro. Quem estudou comigo naqueles tempos era suposto ter lido, acho que estávamos na quinta série, com a Profa. Valéria.
Mas além da história que pode me ajudar com o texto que estou trabalhando, este livro me lembrou de outra coisa: como eu gosto de ler contos!!!
É sério, eu tinha esquecido!!!
Há tanto tempo que eu venho intercalando grandes lacunas de leitura (que eu sempre jurei para mim mesma que jamais deixaria ocorrer) com leituras extremamente complicadas e densas ou técnicas que simplesmente esqueci o prazer de ler "um simples conto". Não que os contos sejam simples, mas certamente trazem um prazer mais imediato de leitura.
É bem verdade que nunca larguei totalmente as crônicas, nunca deixei de ser uma leitora de manchetes e colunas ou editoriais, só mudei a mídia. Também é verdade que eu gosto também dos meus últimos livros, senão não os leria, mas demandam uma dedicação maior, quase integral, se perdem nas pausas obrigatórias, enfim são mais complicados de conciliar com o resto de tudo. E ainda soam como culpa pelo hiato anterior.
E seguindo nos paralelos, isso me faz perceber, mais uma vez, que não é só com os livros que tenho feito isto. Optado pelo mais complicado, pelo mais complexo, pelo que mais me suga. Esquecido dos pequenos e antigos prazeres. Ou pior, por vezes lembrado e ignorado, deixado para outras ocasiões, para quando tiver tempo, ou de melhor humor, ou, ou, ou.
Antigos prazeres são simples, não demandam tanto tempo assim. Posso muito bem encaixar no caminho de uma viagem, numa espera de fila, no tempo que o arquivo não carrega, ou naqueles momento que a gente se pega perdido no tempo e no espaço a lembrar de algo bom.
Pequenos prazeres podem ser tão simples quanto um: Oi, tudo bem? Que saudades eu sinto de falar com você!Te amo!

Como disse um professor na minha segunda aula do mestrado entre as milhares de outras coisas que o sotaque português não me permitiu entender na altura: KISS!!! Keep It Simple Stupid!

E vc?? Tudo bem??

Kiss, kiss...
Sempre Mai ;)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Crises Existenciais

Eu vim aqui só por vir... consciência pesada mesmo... achei que não tinha escrito nenhuma vez por aqui este mês... que bela surpresa quando vejo o último post e ainda comentado!!! Amei... deu um up no meu ânimo... vê como estou facinha??? rsrsrs

Mas vamos a isto, como sempre ultimamente tenho sempre muitas ideias que acabam não vingando e acabo vindo parar por aqui quando estou meio dodói... deve bater carência!!! hahahah

Hoje com certeza é... mulher fica besta na TPM, vi fotos da família, percebi que tenho me afastado dos meus amigos, aí pronto... caí aqui pra dasabafar... achei que com as "paredes" virtuais, mas é bom saber que tem uns visitantes mesmo que caladinhos por aí.

Bom, vim só mesmo reviver o blog e conceber alguma mudança para ver se posto mais...

Vamos ver, vamos ver...

No mais, sempre, sempre MAI ;)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Gripe

Eu ando planejando voltar a ressocializar, como a Carla me atiçou, e escrever por aqui um pouco mais também... e é engraçado que sempre que estou longe do computer tenho várias idéias interessantes, parece que a luz do LCD me esvazia a capacidade de produzir algo para este espaço... hoje mesmo foi assim, pensei em algumas coisas, interessantes, curiosas, bobas ou até polêmicas para escrever por aqui...

Mas hoje, além do LCD um outro vírus me "deu cabo" da cabeça, uma gripezinha chaaaaata que me deixa até MAIS tonta... mas quem disse que vou dormir, descansar??

AJA!!!

Atchim, Mai :'/

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Quase...

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Sarah Westphal
("Roubado" do perfil da nova descoberta que Coimbra me proporcionou, Manuela, acabei de conhecer e já me identifico, a começar por este texto que é bem o meu momento de agora)

P.S.: Como eu gosto de atribuir todo texto aos seus reais autores, e no tal perfil da Manuela não tinha nada, fui caçar a autoria deste... Eu lembrava dele de "outros carnavais", mas já não me lembrava de onde exatamente eu tinha lido. Achei três "autores" agraciados, um deles o Luís Fernando Veríssimo. Como já estou habituada a que os textos que ninguém sabe bem de quem é sejam atribuídos a ele, resolvi ir mais a fundo e acabei achando uma história interessante em torno deste texto. A história eu também já tinha lido e esquecido, mas fica aqui para registro.

ADORO ESTAS HISTÓRIAS DE BASTIDORES!!!

Sempre, Mai ;)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A Arte de não fazer nada

Mais uma vez, umas férias do blog... nada de específico, mas simplesmente porque eu tenho constatado e me convencido cada dia mais de que definitivamente eu NÃO DOMINO A ARTE DE NÃO FAZER NADA... não adianta, não sou capaz e pronto!

Estive a ler outro dia sobre o assunto no blog do Bruno Medina, ele viajando em como é difícil não fazer nada e vira e mexe tenho pensado nisto: que este dom eu não tenho... pelo contrário, posso passar os meus dias a fazer dez coisas ao mesmo tempo, ficar louca a tentar conciliar tudo e o que mais for necessário, mas basta que eu não TENHA o que fazer que fico perdida... continuo ainda com muitas opções, afinal tenho tantos hobbies como fios de cabelo quase, mas só a desobrigação já me põe fora do ar...

Ah! Finalmente posso voltar a desenhar, posso estudar um pouco mais, ler um pouco mais, passear, fazer ginástica, aulas de dança, cozinhar,... LEDO ENGANO!!! Eu fico tão afoita com estas possibilidades todas que o que não esbarra em questões financeiras esbarra no simples fato de que a não obrigaçao de nada me faz querer TUDO! de uma vez, já! antes que a próxima maré de supertrabalho me alcance...

Resultado, começo tudo e não termino nada! Colho informações sobre como fazer mas não concretizo... quer dizer, terminar a tarefa em si, até termino, mas não saboreio a plenitude, a sensação de estar satisfeita... no fim, fica a sensação de uma barata tonta que andou de um lado a outro a perder tempo e quanto mais eu tento me focar um pouco mais, mais fico com a sensação de estar "olhando para o lado errado"... mas afinal, existe lado certo?

É por isso que longe ou perto eu continuo sempre Mai ;)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Coisas que ainda não entendo!

Depois de quase 3 anos por aqui, já aprendi um bocado de como as coisas se desenrolam, já entendi alguns conceitos, aceitei outros, mesmo sem entender direito... mas alguns simplesmente não entendo, não consigo...

Um deles é porque raios se passa desenho infantil às 4 e meia da manhã na TV portuguesa??
Não faz o menor sentido! Nem eu, que nunca fui de dormir muito, com a diferença de que quando era criança ainda conseguia dormir cedo e acordava religiosamente às 6 da manhã, posso entender o que faria uma criança estar à frente da TV tão cedo...

Ok! eu, como meu pai saia para trabalhar mal eu acordava e minha mãe não estava lá muito animada em madrugar tão cedo "sem necessidade", eu acabava recorrendo à babá eletrônica e achava ruim quando não tinha nada para ver além de Telecurso do 2º Grau, e ainda aprendi alguma coisa por osmose assim, mas nesta altura eu "já" tinha meus 5-6 anos, e existiam os ótimos Catavento, bambalalão e companhia...

Os desenhos que me refiro aqui são desenhos para crianças ainda menores, quase teletubbies, ou um meio termo, por assim dizer... eu espero sinceramente que não tenha expectadores para eles, mesmo que até sejam bonitinhos e simpáticos, porque affff... como assim? Esta hora não era nem para eu estar acordada quanto mais os "anjinhos"...

sábado, 6 de setembro de 2008

Isabel, Pedro, Inês e Coimbra

Um post para além de defasado, mas nem por isso desmerecido.

Afinal, é mais que devido um post sobre as figuras emblemáticas de Coimbra e seus amores

A primeira "personagem" deste post não por acaso é a Padroeira de Coimbra e nos dias de hoje, o dia da cidade é o dia 4 de Julho, dia de aniversário de sua morte.

A Rainha Santa Isabel foi casada com El-Rei Dom Diniz, Rei de Portugal (criador da Universidade de Coimbra, em 1290), nos idos de 1300.
Sempre caridosa, a aragonesa dizia que Deus a tornara rainha para que ela pudesse ajudar aos necessitados e assim fazia sempre que podia.
Com serenidade, impediu guerras entre seus pares: primeiro entre seu marido e o filho D. Afonso IV, de Portugal e depois entre D. Afonso IV e o esposo da neta, D. Afonso XI, de Castela, pouco antes de sua morte.
Durante sua vida lhe foram atribuídos diversos milagres de curas e também o chamado "Milagre das Rosas":
Numa ocasião, conta-se, dedicava-se a distribuir moedas de seu dote (em algumas versões fala-se em pães) entre os pobres e necessitados quando o rei apareceu e questionou-lhe o que escondia junto à saia. Temendo possíveis represálias respondeu: "São rosas, senhor". "Mas em Janeiro não há rosas. Deixai-me ver que cheiro exalam." E ao soltar a saia eis que só rosas deitam-se ao chão.
Após a morte de d. Dinis passou a dedicar-se à caridade completamente, "refugiando-se" no Convento de Santa-Clara-a-Velha em Coimbra, em pobreza voluntária e dedicando seus bens à construção de conventos, hospitais e outras obras assistenciais.
Faleceu em 1336 em Santarém, mas conforme seu desejo foi sepultada em Coimbra, no mosteiro Santa-Clara-a-Velha. Foi beatificada em 1516, pelo Papa Leão X e canonizada em 1625, pelo Papa Urbano VIII.
Conta-se ainda que durante a viagem para o sepultamento (Santarém fica perto de Lisboa, a mais ou menos 200km de distância de Coimbra) havia o receio do cadáver entrar em decomposição acelerada pelo calor do verão, e a meio da viagem o caixão começou a abrir fendas e por onde escorria um líquido, que ao invés de provir da decomposição cadavérica esperada exalava um aroma suavíssimo.
A Rainha Santa Isabel é representada pela imagem do milagre das rosas.
(Mais destas histórias aqui ou aqui)

Os próximos "personagens" são os protagonistas da "História de Amor" de Coimbra, digna de Romeu e Julieta ou Tristão e Isolda, e bem poderia ter servido de inspiração, já que ocorreu não muito depois dos acontecimentos relacionados à Rainha Santa: Pedro e Inês.
D. Pedro (o I de Portugal) era neto da Rainha Santa Isabel, filho de D. Afonso IV. Casado com Constança Manuel, da Casa de Castela, apaixonou-se por uma de suas damas de companhia: Inês.
O Rei D. Afonso IV, fervoroso nos valores da Igreja, repreendeu o fato exilando-a, o que não impede que os dois continuem a se comunicar.
Quando Constança faleceu ao dar à luz o herdeiro do trono, Inês foi reintegrada à corte por Pedro para desgosto de todos, especialmente o pai.
Com o nascimento sucessivo dos filhos do casal, a instabilidade no reino de Espanha, a investida de Pedro em tentar unir os reinos de Leão e Castela e boatos de ameaças de morte ao filho legítimo de Pedro, d. Afonso IV incide a culpa sobre Inês.
Quando o casal passa a viver em Coimbra, no Mosteiro de Santa Clara, onde a Rainha Santa passara seus últimos anos, especula-se um casamento secreto. Sob a negativa de Pedro, d. Afonso decide mandá-la matar no próprio mosteiro, em 1355, com honras de nobreza.
Conta-se que deste evento choram as filhas do Mondego ("surge" a Quinta das Lágrimas) e as algas avermelhadas que por lá ainda afloram são o sangue jorrado de Inês.
Quando d. Pedro é coroado rei, em 1357, declara legítimo seu casamento com Inês, e deste modo a torna rainha, mesmo depois de morta, donde advém o dito: "Agora Inês é morta" para indicar que a solução chega tarde demais.

Em Coimbra, além da Quinta das Lágrimas há ainda o Penedo da Saudade em memória destes infortunados amantes.

sábado, 30 de agosto de 2008

Dos Doutos

“Estando eu adormecido, pôs-se uma ovelha a despinicar a coroa de hera da minha cabeça, dizendo enquanto comia: “Zaratustra já não é um sábio”.

Dito isto retirou-se altiva e desdenhosa.

Assim me contou um rapazinho.

Gosto de me deitar onde as crianças estão brincando, junto do muro gretado, sob os cardos e as vermelhas papoulas.

Ainda sou um sábio para as crianças, e também para os cardos e para as papoulas vermelhas. Todos eles são inocentes até na sua maldade.

Já não sou um sábio para as ovelhas: assim o quer a minha sorte. Bendita seja!

Porque é esta a verdade: saí da casa dos sábios atirando com a porta.

Demasiado tempo esteve a minha alma faminta sentada à sua mesa; eu não estou assim como eles, adestrado para o conhecimento como para descascar nozes.

Amo a liberdade e o ar na terra fresca; e até me agrada mais dormir em peles de bois do que nas suas honrarias e dignidades.

Sou ardente demais e estou demasiado consumido pelos meus próprios pensamentos; falta-me amiúde a respiração; então necessito procurar o ar livre e sair de todos os compartimentos empoeirados.

Eles, porém, estão sentados muito frescos à fresca sombra: em parte alguma querem passar de espectadores, e livram-se bem de se sentar onde o sol caldeia os degraus.

À semelhança dos que se postam no meio da rua a olhar de boca aberta quem passa, assim eles aguardam de boca aberta os pensamentos dos outros.

Se se lhes toca com as mãos, involuntariamente levantam pó em torno de si, como sacos de farinha; mas quem suspeitaria que o seu pó procede do grão e das douradas delícias dos campos de estio?

Se dão mostras de sábios, horrorizam-me com as suas sentenças e as suas verdades: a sua sabedoria cheira amiúde como se saísse de um pântano, e indubitavelmente já nele ouvi cantar as rãs.

São destros e têm dedos hábeis: que tem que ver a minha simplicidade com a sua complexidade? Os seus dedos estendem à maravilha tudo quanto seja fiar, ajuntar e tecer; tanto assim que fazem as meias do espírito.

São bons relógios — sempre que haja o cuidado de lhes dar corda. — Indicam então a hora sem falar e com um ruído modesto.

Trabalham como moinhos e morteiros: basta lançar-lhes grão! Eles já sabem moer bem o grão e convertê-lo em branca farinha.

Olham os dedos uns dos outros com desconfiança. Inventivos em pequenas maldades, espreitam aqueles cuja ciência coxeia; espreitam-nos como aranhas.

Sempre os vi preparar veneno com precaução, tapando as mãos com luvas de cristal.

Também jogam com dados falsos, e vi-os jogar com tal entusiasmo que estavam banhados de suor.

Somos estranhos uns aos outros, e as suas virtudes ainda me contrariam mais do que as suas falsidades e trapaças.

E quando eu andava entre eles, mantinha-me sempre por cima deles; e é por isso que me olham de soslaio.

Não querem ouvir andar ninguém por cima das suas cabeças; por isso entre mim e as suas cabeças puseram ramagem, terra e lixo.

Assim abafaram o ruído dos meus passos; e até agora os mais doutos são os que menos me têm ouvido.

Entre mim e eles interpuseram todas as fraquezas e todas as faltas dos homens: “andar falso” eis como chamam a isto nas suas casas.

Eu, porém, apesar de tudo, ando sempre por cima da cabeça deles com os meus pensamentos; e se quisesse andar com os meus próprios defeitos, ainda assim andaria sobre eles e sobre as suas cabeças.

Que os homens não são iguais: assim fala a justiça. E o que eu quero não poderiam eles querer!”

Assim falava Zaratustra.

*Apenas citando minha leitura eterna e adorável do momento: Assim falava Zaratustra - Dos Doutos - Friedrich Nietsche

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Bom, faz um boooom tempo que andava com vontade de comer pão de mel, e como podem imaginar, por aqui não tem, mas não gosto daqueles recheados, só mesmo com a cobertura de chocolate... e como tem sido desde que cheguei aqui, não tem? Vamos fazer...

Algumas receitas na net, pesquisei em Aveiro, de outro computer, o que limou parte dos resultados brazucas (pois é, tem diferença no resultado a "origem" do seu google) o que não lembrei na hora, claro... e acabei por escolher esta do site "mais você" mesmo. É até simples de fazer. Não fiz a cobertura de chocolate então ficou grudentinho do conhaque, mas nem por isso ficou menos gostoso... hummm... Ah e rende muito, já faz uma semana que fiz, eu e o Ric duas formiguinhas e ainda tem um pouco...

Pão de Mel Licoroso

Ingredientes

- 1 xícara (chá) de mel
- 2 colheres (sopa) de margarina
- 1/2 xícara (chá) de açúcar mascavo
- 1/2 xícara (chá) de açúcar refinado
- 1 colher (chá) de cravo em pó
- 1 colher (chá) de canela em pó
- 3 colheres (sopa) de chocolate em pó
- 1 colher (sobremesa) de bicarbonato de sódio dissolvido em 1 xícara (chá) de leite
- 3 xícaras (chá) de farinha de trigo
- 1 lata de leite condensado
- Meia lata de conhaque
- 1 1/2 kg de chocolate ao leite derretido para banhar os pães de mel

Modo de Preparo

Numa tigela, vá colocando e misturando com uma colher de pau, 1 xícara (chá) de mel, 2 colheres (sopa) de margarina, 1/2 xícara (chá) de açúcar mascavo, 1/2 xícara (chá) de açúcar refinado, 1 colher (chá) de cravo em pó, 1 colher (chá) de canela em pó e 3 colheres (sopa) de chocolate em pó. Misture bem. Adicione um pouco do leite com bicarbonato de sódio e 3 xícaras (chá) de farinha de trigo. Misture bem e junte o restante do leite. Misture bem até incorporar todos os ingredientes. Numa forma retangular número 2 (25 cm x 35 cm x 4,5 cm de altura), untada e polvilhada com farinha de trigo, despeje a mistura e alise a superfície com o auxílio de uma colher. Leve para assar em forno pré-aquecido a 200ºC por 20 min ou até que quando furar com um palito, este saia limpo. Numa outra tigela, misture 1 lata de leite condensado com a medida de meia lata de conhaque e reserve. Retire a forma do forno, fure o pão de mel com um palito e jogue a calda sobre o pão de mel ainda quente. Espere esfriar e leve para o congelador de um dia para outro. Retire o pão de mel do congelador e corte quadrados no tamanho desejado. Banhe cada pão de mel em 1 1/2 kg de chocolate ao leite derretido e vá colocando sobre papel manteiga. Espere secar e sirva.
Bom APETITE!

Traduzindo as Olimpíadas

Como adiantei no post anterior, fui uma expectadora quase assídua das Olimpíadas, mesmo com o horário das 2-3h da manhã às 3h da tarde... como tb disse o tempo não estava lá grande coisa em Aveiro, mesmo sendo verão, esteve muito, muito longe do verão que quase me torrou em 2006 (quase fiquei resfriada, pelo frio das noites :S).

Mas vamos a este post, como falar de Olimpíadas quase todo mundo falou e opinou e parabenizou e etc, meu foco aqui vai ser simplesmente mostrar as variações entre os termos portugueses e brasileiros, ao menos o que eu lembrar ainda... minha memória anda uma lástima.

A começar pela natação:
Nado PEITO é BRUÇOS
Nado BORBOLETA é MARIPOSA
MEDLEY é ESTILOS
EQUIPE (que na verdade aqui escreve EQUIPA) é ESTAFETA, para todos os esportes.

Aliás ESPORTE é DESPORTO
TIME é ESCRETE

JUDÔ é JUDO
TAEKWONDO também se fala diferente
HIPISMO é EQUESTRE (sem trema mesmo, mesmo na fala)
SALTO TRIPLO vira TRIPLO SALTO
COM BARREIRAS fica COM OBSTÁCULOS
SALTO EM DISTÂNCIA é SALTO EM COMPRIMENTO
CAVALO COM ALÇAS é CAVALO COM ARÇÕES
ADESTRAMENTO é ENSINO

No Basquete(BOL), o PIVÔ é POSTE

HANDEBOL é ANDEBOL
BEISEBOL é BASEBOL (só não lembro ao certo como se fala agora)
HÓQUEI NA GRAMA é HÓQUEI NA GRAMA (e se fala óquei)
NADO SINCRONIZADO vira NATAÇÃO SINCRONIZADA
SALTOS ORNAMENTAIS são SALTOS PARA A ÁGUA
TRAMPOLIM ACROBÁTICO fica só TRAMPOLINS

E claro TÊNIS vira TÉNIS

Affff... e nem falei de termos associados... Às vezes ver sem som era mais fácil... rsrsrs

Fim de Férias!

Bom, fui de férias postiças para Aveiro, uma cidadezinha universitária também, mas mais ao norte. Pensei que escreveria de lá, tive várias idéias, mas nem...

O tempo não colaborou, o ânimo também não, mas mudar de ares foi ótimo... e regado a Olimpíadas, como não podia deixar de ser já que viajei justamente de 8 a 24 de agosto.

Agora estou de volta e quero ver se posto as antigas idéias mesmo assim... embora muuuuuitas das minhas idéias tenham ficado defasadas (algumas de antes da viagem ainda), mas dá para fazer valer a pena.

Mãos à obra!
Sempre Mai :)

sábado, 2 de agosto de 2008

Cultura Inútil: Boteco

Há muito tempo atrás algum europeu me perguntou porque chamamos boteco aos barzinhos no Brasil, como não lembro quem foi, fica aos curiosos por aqui. :)

Para a seção cerebral de cultura inútil, explica-se:

BOTECO (bo.te.co)

A palavra "boteco" é uma contração da palavra 'botequim', do italiano "botteghino", diminutivo de "bothega", palavra que designa uma taberna ou pequena mercearia em nossa língua.

"Boteco" é um pequeno estabelecimento comercial onde se vendem bebidas, cigarros, lanches e refeições simples. Esses estabelecimentos também são chamados simplesmente de "Bar".

>> Definição do dicionário Aulete Digital

BOTECO (bo.te.co)

Substantivo masculino.

1 Bras. Pop. O mesmo que botequim, às vezes com conotação pejorativa

2 BA Espécie de barraca leve de feira, armada entre as barracas maiores

3 BA Pop. O globo ocular

[Formação: Regress. de botequim.]

[Formação: Do italiano. botteghino, diminutivo de bothega.]

Sobre o Batman

Aproveitando que escrevi no último post sobre o Coringa, segue um link de um texto do sempre Luís Fernando Veríssimo que conceitua bem o imaginário deste herói sem poderes.

E alguém discorda??

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Coringa X Alex DeLarge

Eu tenho um outro material me martelando a cabeça sobre as histórias de Coimbra, mas este é mais complexo e eu quase não dormi ontem, então estou podre para variar... mas não resisti fugir ao inevitável para mim neste momento: falar de 2 atuações surpreendentes no cinema!

Quem pensou no Coringa de Heath Ledger, sensação do momento, acertou! Mesmo depois de ler tanta informação que poderia me decepcionar com o filme, fiquei mesmo impressionada pela intensidade desta atuação. Foi um pouco estranho ver uma Gotham tão clara, normal e pouco gótica... um Batman ferido... mas fica claro que esta era mesmo a intenção, trazer o filme para tão perto da nossa triste realidade que nos alerte que um simples herói mascarado não é suficiente.

Tampouco a solução passa por "eliminar a maldade" dos criminosos, como se tenta fazer com o Alex DeLarge, personagem do outro filme do fim de semana: nada menos que Laranja Mecânica.

E o mais incrível de assistir estes dois filmes num espaço exato de 24 horas é simplesmente a troca que a cabeça faz entre estes personagens e atores, tentando colocar um no lugar do outro, fazendo as diversas combinações possíveis. Tem qualquer coisa no olhar dos personagens que os conecta, ao menos vistos neste curto espaço de tempo.

OK! A história de Laranja Mecânica é muito mais elaborada, mais direta, mais "soco no estômago", mais Kubrick (embora a mensagem pretendida ainda não tenha sido bem assimilada depois de quase 40 anos), mas me refiro a estes dois personagens não ousaria estender ao filme como um todo!

O vazio dos sentimentos, da culpa, ou do que quer que seja, de ambos é tão latente que assusta, tal como fez outrora o velho conhecido Hannibal Lecter do Hopkins, mas aí já é oooooooutra história.

sábado, 26 de julho de 2008

Sempre Mai

Conversando com minha italiana Chiara, coisa que já sentia muita falta, ela me revelou que MAI em italiano quer dizer NUNCA... e eu ADOREI!!!

Quer algo mais caótico que SEMPRE NUNCA??? hahahah

Mais do que nunca o título deste blog representa exatamente o que quero que represente: o caos absoluto que é esta cabeça pensante, esquecida, metódica e desorganizada!

Continuo a ser a sempre mai, sempre nunca, nunca mai, sempre caos!!!

Férias de mim mesma

Semana passada surgiu a oportunidade de passar a semana no Ricardo, aproveitei para mais que simplesmente mudar de ares, tirar férias de mim mesma de verdade, e não só na fachada como tenho feito.

Desde o fim do mestrado tenho reclamado de falta do que fazer... mas dois fatos são incontestáveis e paradoxais neste sentido: eu precisava mesmo parar e eu não parei!!!

O tempo todo tenho tentado recuperar o que fiquei afastada enquanto estava mergulhada no poço do mestrado. Tópicos "esquecidos" da engenharia civil, normas, leis, do Brasil, de Portugal, programas, folhas de cálculo, artigos, textos... e fora da engenharia civil ainda: arqueologia, economia, antropologia, teologia, mitologia, política, psicologia, lógica, programação, enfim... qualquer coisa que pudesse merecer a atenção desta cabeça polivalente a tem ocupado constantemente desde que supostamente eu entrei de "férias" enquanto procuro emprego.

Mas como eu realmente precisava parar, por mais que estas atividades todas tenham sido espontâneas, pouco têm sido úteis ou aproveitáveis em nenhum sentido. Leio, leio, leio, mas nada se aproveita... é um ler, procurar, pesquisar que tem servido somente para passar o tempo, um tempo vazio, com sensação de estagnação absoluta. Isto quando não fica a sensação de regressão mesmo... de que em outros tempos eu seria capaz de um aproveitamento tão melhor de tanta informação!!! Eu não SERIA, EU ERA realmente.

Por isto, exatamente por isto me permiti PARAR, emburrecer por uma semana, por não fazer nada de útil MESMO!!! e não por tentar ser útil e não conseguir... esqueci meus e-mails, li só as notícias cor-de-rosa, tv e o mínimo de internet...

E por incrível que pareça não foi difícil... passou rápido... tive umas tentaçõezinhas de recaídas no caminho, mas como o Ric precisava do comp e o meu tinha ficado em casa TIVE que resistir!!!

Não sei se foi tempo suficiente... ainda parece que não, me sinto meio ressacada, mas pelo menos AGORA SIM POSSO DIZER QUE TIREI 5 DIAS DE FÉRIAS!!! Férias de mim mesma, já que para parar esta cabeça de verdade só mesmo me isolando numa casca de ovo, ou quase, como fiz agora.

É por isso que sou sempre, sempre Mai!!!

Torta de maçã

Esta me aventurei ontem... deu vontade e fiz... e adorei!!! a receita da massa já é velha conhecida, mas a calda foi tentativa nova... vamos lá!!!

Ingredientes:

Recheio:
4 maçãs
2 laranjas grandes
4 colheres (sopa) açúcar
1 colher (sopa) água

Massa:
3 xícaras de farinha de trigo com fermento
3 gemas
2 xícaras de açúcar
200 g de manteiga gelada

1 xícara de açúcar com canela a gosto

Modo de Fazer:
Descasque as maçãs e corte em fatias bem finas e coloque no suco das laranjas. Coloque o açúcar e a água um minuto no microondas, para ficar uma calda grossa, mas não caramelizada. Junte esta calda ao suco.

Coloque a farinha de trigo numa tigela. Corte a manteiga aos pedaços e coloque junto à farinha. Com as mãos, despedace a manteiga incorporando à farinha para que fique com a aparência de areia. Junte o açúcar e as gemas e continue o processo, sem formar uma massa, apenas uma farinha grossa mesmo.

Unte uma forma, coloque metade da "massa" na forma e então sim aperte-a para transformar em massa, cobrindo o fundo e os lados. Coloque o recheio. Coloque metade da mistura de açúcar e canela. Coloque o restante da massa, em farinha mesmo. Coloque o restante da mistura de açúcar e canela. Leve ao forno médio por mais ou menos 30 minutos, até a massa dourar.

Obs.: Não é preciso se preocupar com o "acabamento" da tampa da torta, a massa vai crescer e uniformizar tudo. Se preferir, pode colocar a mistura da canela depois de pronta, sobre a torta ainda quente. Pode ser servida quente ou fria. Como rende bastante massa pode colocar mais recheio, ou ainda, fazer mini-tortas.

Receita adaptada do site: www.tudogostoso.com.br

Bom apetite!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

E quando cai a ficha...

... bem, parece que deu o ataque da matraca em mim hoje, então cá estou de novo, mas sem receitas desta vez...

É que eu juntei uma conversa com a Renatinha hoje, com uma conversa com meu pai ontem, outra com o Ric e resolvi conferir alguns pontos desta conversa.

Eu, na minha inocência, e ausência de noção, falando que Aracaju era algo entre Coimbra e Porto, em termos de tamanho, população e disposição geográfica semelhante ao Porto. Fui verificar e no fim Aracaju tem o dobro do tamanho de Lisboa, com uma população semelhante a Lisboa, um pouco menor!!! quer dizer... se eu quisesse fazer uma correspondência das cidades que conheço por aqui para as que conheço por aí, Aracaju fica como Lisboa mesmo. Coimbra é Itapecerica da Serra. Porto é Embu.

E se pensar que estas são 3 das 5 (ou seriam 6) maiores populações de Portugal é mesmo de cair a ficha num tranco.

Se for tratar em áreas então, deixa quieto... não é à toa que uma caminhada de 15 minutos "é muito longe" como já ouvi várias vezes por aqui.

Imagina ir do Porto a Faro?? "Estás louca?!?" Pois esta é a exata distância de São Paulo a Presidente Prudente, e Porto-Faro a grossíssimo modo é Norte-Sul de Portugal e não por aqui um cidadão que "topasse" ir de um para outro para fazer faculdade como acontece muito entre Sampa e Presidente. De Norte a Sul mesmo, são mais 140km, quer dizer, ao invés de Presidente você passou em Ilha Solteira, nada tão absurdo assim... mas aqui!!!

Ai meus 25km até a Poli!!!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Base para tortas (doces ou salgadas)

Ingredientes:
100 gramas de manteiga (sem sal se for torta doce)

Mousse de Chocolate em Pó no Micro-ondas

Ingredientes:
5 colheres (sopa) de açúcar
5 colheres (sopa) de manteiga
5 colheres (sopa) de chocolate em pó
5 ovos

Modo de Fazer:
Misture o açúcar, a manteiga e o chocolate ao micro-ondas em potência média por 3 minutos, mexa um pouco. Esta calda fica como a do bolo de cenoura (ou melhor, é a mesma :P ). Em seguida, coloque somente as gemas nesta mistura e leve à potência média por mais 5 minutos, ou o tempo de "soltar do fundo", se necessário, mexa um pouco nos intervalos. Deixe esfriar um pouco.

Bata as claras em neve. Na falta de batedeira, como é o meu caso, para ter um bom efeito à mão você deve usar um recipiente de vidro (não é simpatia, é física mesmo!*) e eu prefiro o batedor em forma de "gota aberta". Coloque as claras junto com a mistura já não muito quente (para não cozinhar as claras), misture sem bater. Deixe esfriar à temperatura ambiente e depois leve à geladeira.

*o recipiente plástico, por mais bem lavado que seja tem maior tendência a ser gorduroso, não deixando a clara "crescer". O mesmo serve para o creme de leite.

Bom Apetite!

Pudim de Leite Condensado no Micro-ondas

Ingredientes:

Calda:
3 colheres (sopa) açúcar
2 colheres (sopa) água

Pudim:
1 lata de leite condensado
1 lata de leite
4 ovos médios
1 colher (sopa) "Maizena"
1 colher (chá) baunilha (opcional)

Modo de Fazer:
Coloque o açúcar e a água no refratário que irá ao micro-ondas, misture bem e coloque em potência máxima por 5 a 10 minutos, o tempo da calda ficar douradinha. Mas vigie para que a calda também não queime, da calda branca para a queimada é um instante, acredite!

Enquanto a calda está no forno, misture muito bem os ingredientes do pudim, se possível no liquidificador, eu como não o tenho, bato a mão mesmo e é o tempo mais ou menos certo para não ficar os resquícios dos ovos.

Espalhe a calda por todo o refratário, ela não parecerá tão líquida, mas espalhará fácil. Durante este processo a calda já terá atingido a temperatura ambiente e então coloque a massa de pudim sobre ela.

Cubra o refratário com um prato, ou papel filme furado, ou tampa específica para micro e coloque novamente em potência alta por 10 a 15 minutos, o tempo da massa ficar firme.

Deixe esfriar à temperatura ambiente, desenforme e coloque para gelar.

Bom Apetite!

Sessão Receitinha

Como os daqui sabem e a maioria dos daí ainda não acreditam, eu costumo cozinhar um bocado por aqui.
É verdade que ando meio preguiçosa com o verão e, na contramão das expectativas para a estação, quando faço alguma coisa por aqui tem sido doce.

Enfim, o que eu pretendo agora é criar uma "sessão receitinha" para eu colocar alguma coisa que eu faço por aqui, sem grandes pretensões de precisão, mesmo porque se foi uma coisa que aprendi com a minha mãe foi a cozinhar "de cabeça". Mesmo com a receita na mão, tanto eu como ela, introduzimos nossos toques conforme vamos preparando os quitutes, nos adaptando às vontades, aos ingredientes, materiais e equipamentos disponíveis ou qualquer outro fator que possa interferir no nosso processo. O que não vale é se deixar desistir por conta de um detalhe que pode ser contornado... e se não der certo?? bem, vale a tentativa e o aprendizado para uma próxima!

E também vale lembrar que apesar de ser muito bonito colocar "deixar X minutos em fogo alto", "ou Y em potência média" e coisas do gênero, a verdade é que muitos dos fogões e micro-ondas não vêm com temperaturas e potências discriminadas e são diferentes, então o remédio é ficar de babá mesmo... pelo menos até conhecer qual é o SEU caso.

Bem, agora que já me armei em desculpas para o caso de alguém não conseguir fazer certinho, vou colocar minhas últimas e mais comuns receitas e ficarão no tag "Receitinha".

E sempre que for testando ou lembrando de mais alguma vou colocando por aqui.

Sempre Mai :)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

O Acordo Ortográfico

Brasileira, morando em Portugal, se tem um assunto que eu não poderia deixar de tratar é este!
Discutido, rejeitado, apoiado, desconhecido, não deixa de ser algo inevitável.
Confesso que já tive diversas opiniões a respeito, hoje me limito a aceitar, confirmando minha tendência inicial.

Concordo com o argumento da maioria dos portugueses em rejeitar este acordo, com ressalvas.
É inevitável para mim admitir o quanto a diferença entre as nossas escritas é prejudicial para a comunidade científica de ambos os países. Nem vou falar nos demais países da CPLP, pois pouco sei sobre tais realidades.
E é neste ponto que resisto à opinião dos portugueses, pois se o acordo veio com maior intensidade de mudanças para os portugueses, também no fim serão eles os maiores beneficiados, na minha opinião.
Explico-vos: uma das coisas que mais ouvi de portugueses por aqui (quando o assunto saía do clichê para brasileiros no exterior) era a admiração de quanto material disponível os brasileiros têm no campo editorial. Resumindo mais que grosseiramente como "campo editorial" tudo o que foi escrito e divulgado, ou seja, livros, revistas e artigos sobre qualquer coisa, de qualquer natureza, tanto na qualidade impressa como virtual. Especialmente virtual, claro.

Muitos foram os que me disseram que diante de uma pesquisa qualquer SEMPRE encontravam textos brasileiros, ou em inglês. Uns preferiam os brasileiros, outros os da língua inglesa, mas sempre havia esta possibilidade de escolha. O que não se pode dizer sobre textos portugueses. Sente-se muito esta lacuna aqui em Portugal. E quem nunca precisou ter contato com "o outro português" não tem a menor idéia de quão difícil esta tarefa pode ser. Se este contato for escrever então, nem se fala.

Concluindo, com o acordo ortográfico os portugueses vão ter um acesso muito mais fácil e ampliado às nossas produções, foi este um dos objetivos deste acordo. É este o principal ganho deles, embora eles só vão realmente admitir daqui a 15 ou 20 anos, se é que o farão. Se os portugueses "tiveram que se curvar às 'imposições' brasileiras" é pelo simples fato que somos 180 milhões, eles 10 milhões. Assim como nosso país é gigante em território e população, também é o seu "campo editorial" e a necessidade (natural para nós) de partilhar este material. Também nós teremos nossas mudanças, mas no fim não podia ser diferente.

Muito da minha dissertação se perdeu na conversão de "idiomas dentro do idioma". Escrevi no português daqui, não saiu nem o daqui nem o do Brasil. E foi então que percebi a importância deste acordo.
Se já estivesse em vigor, se já estivéssemos habituados a ele, nem eu nem meus "leitores" sofreriam tanto. Depois de quase 3 anos já confundo os dois, páro para pensar muito antes de escrever. Já não sei o que é certo nem de um lado nem do outro.
Vou ter que reaprender o português, e já que é assim, ao menos o faço com o disposto no acordo! Só preciso ter acesso às tais mudanças, só tenho visto algumas delas, vou procurar as demais.
Enfim, que venha o acordo ortográfico e que esta convergência se faça verdadeira!

Vou dar o meu passo e começar a aplicar aqui estas mudanças, conforme for descobrindo-as. Assim, não estranhe se "alguma coisa parecer diferente", uma idéia aparecer como ideia, é só o Acordo Ortográfico entrando em ação!!! rsrsrs

Sempre Mai ;)

P.S.: Sim, dei uma sumida de novo, mas isso eu nem comento... rsrsrs

sábado, 14 de junho de 2008

Tempo de mudar!

Quem me conhece bem, sabe que eu tenho o péssimo hábito de viver mudando de casa, né?
Vocês acham que aqui seria diferente?? Of course, not!!!

Quer dizer, aqui eu me mudo (Ponto!), não precisa ser necessariamente de casa.
Em Portugal, morei numa residência universitária por 3 meses, depois 1 ano bem contado num apê, com "doidos" que se substituíam, até chegar à casa da d. Rosa, desde então, morei num quarto no 4º andar por 3 semanas, um no 2º por 6 meses, atualmente estava no 3º há quase 10 meses, mas como disse: É tempo de mudar, de novo!!!
Agora o "alvo" é o térreo e, para tentar abandonar o conceito de morar em quartos: um "puxadinho semi-independente"!
Na verdade, o "puxadinho" é independente, eu é que não sou... rsrsrsrs... vou continuar a me intrometer na casa, curtir seus benefícios, principalmente os que citei no penúltimo post, mas com direito à sala, cozinha e banheiro privativos.
É claro que isso implica que volto a ter as responsabilidades de limpar estes novos ambientes, mas depois de tanto tempo morando em quarto e dividindo os demais espaços com outras pessoas, vai ser bom ter divisões minhas, em versão micro, mas com os meus conceitos e organizações. Especialmente considerando que, com o fim do mestrado, uma nova etapa da minha vida está para começar. Nada melhor que um novo cenário para marcar isso bem.

Algumas pessoas, mudam o corte ou a cor dos cabelos, a disposição dos móveis, eu mudo de casa!!! hahahah
E já que eu posso mudar de casa, sem sair de casa, melhor ainda!!! Afinal, mais chato que arrumar a mudança, seja de entrada, seja de saída, é ter que lembrar de todos os lugares onde você tem que atualizar seu endereço de contato. Eu pelo menos odeio isto, sempre esqueço de algum lugar e descubro quando mais preciso ter tudo certo. Enfim... da d.Rosa só saio casada ou para sair de Coimbra, dentro ou fora de Portugal, agora por quantas mudanças ainda passo sem mudar de endereço? espero que mais nenhuma, mas sinceramente também achava isto quando fui para o 3º andar... rsrs

Sempre, sempre Mai

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Novamente as brasileirAs em Portugal

Bom, só para corroborar a reportagem que linkei no blog junto com meu post no dia 23 de maio, segue outra reportagem, desta vez pelo UOL.

Deixando claro que eu estou aqui em Portugal, e continuo aqui, porque aprendi a lidar, superar e não me importar com tais situações, quase sempre... mas mais para se possível alertar que isso acontece SIM e que nosso mundo por aqui não é bem um mar de rosas que as pessoas querem achar.

Para terem mais uma ideia, uma vez recebi a visita de uma senhora amiga de meu pai com o marido, ambos como turistas por Portugal. Ela toda sem jeito me perguntou sobre a questão do preconceito e respondi igualmente sem jeito, não queria parecer "cuspindo no prato que comia" e então ela revelou que perguntava isto porque tinha se sentido vítima de preconceito na temporada até ali e queria saber se era normal.

Ressalto, ela era uma SENHORA ACOMPANHADA DO MARIDO E TURISTAS. Mesmo se eu não tivesse dito nada até agora, só com este ponto de partida vocês já podem pintar o resto do quadro.

Diante das minhas experiências, das experiências de amigas e agora destas reportagens estou pensando seriamente em omitir minha nacionalidade do meu currículo. Sim, é um bocado anti-ético, mas é imoral desdenhar uma candidatura pela nacionalidade (se não foi solicitada esta característica) antes mesmo de conversar com a pessoa. Ao menos assim se eu não conseguisse algo é mesmo por quem eu sou e não por onde eu nasci. Se bem que a minha formação e estágios denunciam que sou de fora, mas ao menos a pessoa terá saído do cabeçalho quando chegar nesta parte e talvez lhe pareça valer a pena continuar. E na entrevista ficará claro, mas até aí já terei tido o direito de me apresentar.

Vou pensar melhor a respeito, não gosto destas burlas, mas estou cansada de nem ao menos receber uma confirmação da recepção das candidaturas, me sinto falando com as paredes!!!

Bom, vamos ver no que dá...

Sempre Mai :)

domingo, 8 de junho de 2008

Aberta a Temporada de Despedidas

Se há uma coisa REALMENTE triste a respeito de Coimbra é o fato de que, na maior parte das vezes, os amigos que fazemos vão embora.
Esta certeza traz à tona uma série de sentimentos diversos, confusos e até conflitantes.
Por um lado é muito bom conhecer pessoas de todos os lugares imagináveis a cada semestre. Por outro, estas pessoas têm suas vidas nestes outros lugares imagináveis e ao fim de 6 meses ou 1 ano voltam para estas vidas. Os poucos que ficam são brasileiros e portugueses, claro.
É por este motivo que alguns destes que ficam acabam se "unindo" a outros que ficarão por um tempo maior também, numa tentativa de se preservar da futura e inevitável despedida. Confesso que mesmo sem querer fiz isso no segundo ano de Coimbra, mas ainda senti as despedidas, desta vez então... UI!
E se morar em Coimbra É conviver com os "Erasmus" (alunos de intercâmbio para 6 meses ou 1 ano na uni), nesta casa fica quase impossível fugir do convívio diário com eles. São duas levas por ano: a maior em Setembro, com despedidas em Fevereiro e outra em Fevereiro com despedidas entre Junho e Julho. No meio tempo ainda têm os "veranistas" que vêm para o fazer aulas de Português em Julho. Agosto é o mês da Cidade Fantasma, não fossem os turistas. Ouvir Português neste mês pelas ruas de Coimbra é quase uma dádiva, foram todos viajar pelo alto-verão, ou voltaram para casa depois do ano estudantil em Coimbra.
Voltando à rotina da casa, não sei se já disse, aqui somos muitos, 25-26 mais a família da nossa senhoria-mãe, que tenta não ficar louca com o povo por aqui. A maioria dos moradores vem para Erasmus e este ano ainda tem a particularidade de dois dos portugueses da casa saírem para Erasmus, ou seja, este ano, até "os que ficam" vão!!! rsrsrs
A temporada das despedidas foi aberta "oficialmente" ontem, quando a belgo-brasileira Hanne protagonizou a despedida. Vou sentir falta daquela guria, como ainda sinto das primeiras meninas que vi partir, em Fevereiro de 2006.
Pelo menos com a net podemos manter contato. Uns não resistem e voltam logo para uma visita. Nós ganhamos "pousada" em outros ares. E uns até nos lembram que ainda existe o correio "de papel", mandando cartões postais de vez em quando.
Esta semana foi a vez do Niels, também belga, que foi da leva de Fevereiro de 2007, mandar um postalzinho simpático e me lembrar o quanto eu tenho sido incompetente neste quesito com o povo no Brasil (vou tentar melhorar, prometo!).

No fim, VALE MUITO A PENA CONHECER CADA UM DOS QUE PASSAM POR AQUI, SE DEIXAM E SE VÃO... fica a saudade, mas também a AMIZADE!!!

É por isto que não posso negar que AMO MUITO TUDO ISTO!!! hahaha

Sempre Mai :)

sexta-feira, 23 de maio de 2008

BrasileirAs em Portugal

Há uns dias recebi a seguinte reportagem.

Antes que pessoas daqui ou daí se melindrem a respeito sou obrigada a dizer que embora seja possível destituir esta imagem, dizer que embora não seja uma verdade absoluta e generalizada, É UMA VERDADE!!!

E não, este tratamento não está apenas direcionado a pobres coitadas que vieram tentar a vida honestamente, e sem vender o próprio corpo! Este é o tratamento dispensado ao sotaque brasileiro. Basta ser mulher, basta ser brasileira e a primeira impressão estará formada, se a pessoa a te ouvir for outra mulher então prepare-se, porque sequer disfarça o des(res)peito.

Aqui, infelizmente, a gente aprende que quando vai falar com desconhecidos a cortesia pela cortesia é uma dádiva a ser agradecida. Como disse, não é uma verdade absoluta e há sempre os que nos respeitam, mas prefiro esperar grosseria e receber respeito que o contrário. Quando se espera grosseria, a gente já aprende a responder com cerimônia para não alimentar o preconceito descabido, quando se espera educação e a grosseria aparece sem motivo o sangue pode falar mais alto, e o resultado nunca é bom.

As situações descritas na reportagem já passei por muitas, por outras foram amigas, algumas situações tão graves quanto, minhas ou delas, ficaram de fora dos exemplos da reportagem.

E o pior, infelizmente, de uma forma ou de outra, algumas de nós acaba dando razão à paranóia ciumenta de algumas mulheres. Eu, por exemplo. Vim aqui estudar, como muitas de nós, mas além de ser difícil alguém ficar sozinho por 6 meses ou 1 ano, ou mais, mesmo em seu próprio domínio, tanto pior quando a saudade bate e a carência pede passagem, longe de tudo e de todos que você conhece. É óbvio que mais cedo ou mais tarde você vai acabar gostando de alguém e se este alguém for português, teoricamente você está roubando "homem" delas. É ridículo, mas é assim que algumas pensam. Não interessa que ele é quem tenha te paquerado, antes mesmo de saber que era brasileira, ou qualquer coisa parecida. Neste quesito tenho sorte que ainda não tive problemas diretos com isto, nem com família, nem com amigas... mas em lugares públicos em que nós conversávamos já percebi comentários a partir dos sotaques diferentes, com direito a olhares acompanhados de fitas métricas. Aprendi a lidar, observo, mas já não me incomoda, tenho mais com o que me preocupar.

Mesmo porque não importa se namoremos portugueses, sempre haverá alguma mulher que jure de pés juntos que você dá em cima do marido velho, careca e barrigudo que ela tem casa (nada contra velhos, carecas e barrigudos).
Não importa se você já esteja bem "casada" e bem resolvida, vai ter sempre um velho, careca e barrigudo te oferecendo cama, comida e roupa lavada.
Já vivi as duas situações: mulher mal-amada me acusando de dar em cima do marido desocupado dela; e propostas no mínimo indecentes.

Basta você ser solícita para despertar suspeitas. Em filas, se estiver sozinha jamais tire dúvidas sem estar preparada para o que pode se seguir. A partir da hora que você abrir a boca vai ter algum comentário despeitado ou um engraçadinho. Uma vez, no aeroporto, os vôos atrasados caí na besteira de esclarecer a uma senhora que o vôo que ela aguardava estava atrasado, na mesma hora um senhor que segundos antes esclarecia o filho que o vôo da prima estava atrasado veio me perguntar sobre o dito vôo, só para puxar assunto... e não me largava mais, com uns papinhos, perguntando se eu estava de carro, que naquele dia não poderia me dar carona, mas que quando ele me daria o telefone e quando eu quisesse era só ligar para ele me levar para viajar pelo país, que tinha uma casa num sei onde para passar o fim de semana e estas putarias. Adiantou eu dizer que tinha namorado? Claro que não. Poderíamos ser "amigos" independente dele. Que eu não estava interessada? Podia mudar de idéia quando quisesse. Que meu telefone estava quebrado? Anotava o número e depois ligava para ele. Enfim...

Em outra situação, quando procurava quarto para alugar uma senhora ficou indignada que "estas brasileiras não têm respeito por ninguém!!! Sou uma senhora de família!" só porque perguntei se tinha acesso à cozinha, se as contas estavam inclusas e tinha possibilidade de colocar net. Putaria isto, não??? Onde eu tava com a cabeça??? Isto que nem falei no Ricardo!!! Hahahaha Detalhe: Hoje moro numa casa de família com todas as condições que perguntei e o Ricardo pode me visitar, incrível, não??

Pesquisando quarto ainda liguei para uma pensão que era cara e não tinha acesso à cozinha e dispensei logo, uma mulher tinha me atendido. Não muito depois um cara liga dizendo que baixava o preço, permitia acesso à cozinha e permitia eu colocar net. Neguei, pareceu-me muito fácil. O cara me ligou pelo menos mais 3 vezes, cada vez com uma "abertura" a mais. Você já viu alguém correr atrás de "cliente" assim??? Pois é, eu também não.

Bom, são apenas alguns acontecimentos para ilustrar mais a reportagem, nem tudo são flores! Há de abrir os olhos e saber o que vai enfrentar!

Muitas idéias, pouca paciência

É assim que tem sido os últimos dias, tive várias idéias para postar ou mesmo de coisas para fazer fora do comp, mas paciência que é bom também, está em falta... e quando tem, vem em enxurrada... como hoje, por exemplo... se a coisa se seguir vão ser 3 ou 4 posts, em cada um, um assunto diferente.

Este primeiro aproveito para explicar um pouco o motivo desta falta de paciência, hoje tive que apresentar os documentos para a renovação do visto, o que significa que a semana inteira e mais um pouco foi para ver as pendências para isto, pendências que "obviamente" seguiram como pendências, entreguei o que tinha e fiquei com o compromisso de resolver o restante pelas próximas 2 semanas, inclusive um contrato de trabalho... vá lá, vá lá...

Mas se é uma coisa realmente inconveniente por aqui é a burocracia, ou como ouso dizer informalmente, a buRRocracia, isso porque não bastasse tudo depender de uma tonelada de papéis ainda tem a má vontade e a "mania" de esquecer de dizer ao menos um item a cada "visita".

Cito alguns exemplos:
- na Ordem dos Engenheiros (ainda o melhor serviço que recebo por aqui, mas também pelo que pago, pudera!): sobre a entrega do relatório de estágio para o processo de efetivação como membro, perguntei o que mais era necessário além do relatório e do parecer do orientador, resposta: NADA! quando fui entregar a surpresa: a "brincadeira" custa 162€! quer dizer que isto é NADA?? Tá bem, então!
- na Universidade: depois de 20 dias que defendi o mestrado me ligaram que junto com as cópias impressas eu deveria ter entregue 2 cópias em CD... caramba, levaram mais de 2 meses para descobrir isto? (já que as cópias impressas entreguei em fevereiro e teoricamente ou eles aceitam tudo certo ou não aceitam nada)... detalhe: nem antes da entrega dos impressos, nem durante, nem na defesa houve qualquer referência aos tais CD's... resultado: meu processo de finalização do mestrado ficou travado por falta de "documentação". Ah! E devolveram um cópia impressa que "sobrou"... argh!!!
- na Universidade, parte 2: para pedir o certificado de conclusão, dizem: comprar e preencher os formulários de requisição e fazer a transferência bancária para a conta X. Já me irritei de só poder pagar por transferência, por que daí tinha que tirar da conta do Brasil, depositar na daqui e só então fazer a transferência. OK! Nada grave, se os caixas onde tentei a operação não ficassem com frescura! com muito vaivém nesta história, volto à Universidade e então viram e falam: Falta a cópia do passaporte! P... não podiam falar quando fui da primeira vez??? Eu (e minha boca grande) fui questionar isto e o cara ainda fez que ele não tinha nada com isto. Consegui? Só dar entrada, pq o certificado não pode ser emitido enquanto a faculdade fica travando minha documentação, mesmo depois da entrega dos ditos CD's.
- no SEF, para a renovação do visto: pedem comprovativo de alojamento, e dizem ser o atestado de residência da junta da freguesia (que você tem que comprar e preencher o formulário na Junta de Freguesia local, tipo sub-prefeitura, e solicitar que dois comerciantes locais atestem e SE RESPONSABILIZEM que você more onde está dizendo que mora. Agora me diga, quantos comércios você freqüenta E o responsável sabe onde você mora??? a não ser que você more em frente a eles ou seja amigo pessoal do dono, nenhum, certo? e para completar, os comércios em frente a minha casa são de outra freguesia... no comments!), bom depois desta confusão toda sobre o atestado o absurdo: este pode ser substituído por um simples recibo de aluguel!!! Poxa, custava dizer?? Ah! E aqui também nunca fazem referência a valores, que sempre existem e só podem ser pagos em dinheiro.

Deu para sentir o DRAMA!?? Isto que só citei os "causos" do último mês!!!
Dá para entender o porquê da minha irritabilidade acrescida só de pensar em papelada por aqui...

E para ajudar, ao lado de casa tem um centro comunitário onde um infeliz desafinado ensaia gaita de fole várias vezes por semana ao fim da tarde!

Para fechar com chave de ouro: naquela confusão de transações bancárias perdi o cartão do banco daqui e só percebi hoje, tá sobrando dinheiro mesmo!

Por que será que referem a mim como uma "escrava da Lei de Murphy"? ou outras denominações equivalentes.